Mergulho


Eu vou é mergulhar em mim, deixe.

Aliás, deixe nada…

Eu mesma me deixo!

Eu vou é me cantar. Me enfeitiçar comigo e me abraçar toda, só pra gostar de mim.

Sendo eu nunca fui tão minha.

Eu que sempre fui de fala mais que de ouvido agora me vejo, inteirinha no espelho da sala…

E até que olho. Paro. Fito.

Tá ali ainda, o brilho no olho. Brilho esse que é tipo um suspiro da alma.

Tá de se ver…

Faz convite pro olhar dos outros, que teimam em parar um segundo dando aquela mirada esperta…Só pra ver se o brilho passa pelo ar.

E passa.

Ô brilho contagiante!

Vai e se espalha até onde o sonho voa.

E ó…

O sonho voa longe, mais de metro, mais do que se conhece.

Dá vontade de amarrar fita, amarrar na ponta de qualquer que seja o artifício.

E fazer o sonho parecer sumido…Quando tá apenas crescido. Subindo, subindo…

Subiu.

De repente ele volta com tudo, inunda o lugar e envolve!

E dizemos: opa! Eu não esperava por essa!

A gente se sorri de volta, se devolve o sono. Se abraça enorme.

Se amar é isso.

Se amar é subir pra ver melhor a vista.

Descer pra ver a luz na fresta.

Correr pra chegar mais depressa.

Ir devagarinho, pro barulho ser pouco e acabar sendo surpresa.

Tem dias que me amo distraída.

Quando vejo…

Tô morando em mim.

Publicado por dudazeredo

Maria de nascimento e Duda por opção, ela escolheu amar Maria e rir a vida pelas canetas.

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